Moradores e frequentadores da Praia das Conchas, em Cabo Frio, vivem mais um capítulo do drama que envolve a demolição de alguns quiosques da praia. Depois de serem surpreendidos pelos tratores do Instituto Estadual do Ambiente (INEA) demolindo os estabelecimentos na última sexta-feira (15), eles agora convivem com os destroços que ficaram no local.
O INEA derrubou três construções depois de uma determinação da justiça por estarem em área de proteção ambiental, mas os destroços continuam poluindo o local e sendo carregados pela maré. Fotos feitas por moradores denunciam a presença de madeira e vidros na areia, oferecendo grande risco à população e ao meio ambiente.
De acordo com a determinação da justiça, os quiosques estavam em área de proteção permanente. Os quiosqueiros denunciaram que o processo ainda estava em andamento e não houve nenhuma notificação do INEA avisando sobre a demolição.
Na ocasião, o INEA afirmou que realizou a ação dentro de todas as recomendações legais. Em resposta sobre os entulhos, o órgão disse que vai apurar internamente.
Já a Prefeitura de Cabo Frio disse, em nota, que o Instituto Estadual do Ambiente (INEA) não informou o cronograma para a retirada dos entulhos resultantes da demolição. “A Prefeitura está oficiando o órgão estadual para que preste as informações necessárias, com indicação detalhada de quais imóveis demoliu, bem como para que promova a retirada dos entulhos”.
Questionados sobre a existência de um novo projeto para o local, dentro das recomendações dos órgãos ambientais, a prefeitura afirmou que um canal de diálogo foi aberto entre os concessionários, a Prefeitura de Cabo Frio e a Justiça Federal no dia 6 de agosto de 2019, para esclarecer a situação dos quiosques da Praia das Conchas.
Dentre as soluções propostas, foi sugerida a demolição das demais unidades que funcionam no local, com a posterior construção de novas. A nova configuração arquitetônica foi proposta pela empresa privada que atua na área onde hoje está instalado o estacionamento. A proposta foi bem aceita pelos presentes, como Prefeitura, Inea e Ministério Público, mas não houve consenso entre os quiosqueiros.